Uma pesquisa feita pelo Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã (Bepec) analisou com metodologia digital a vida sexual dos crentes, e surpreendeu com os dados sobre pornografia, traição e homossexualismo.
A pesquisa “O Crente e o Sexo” realizada pelo idealizador do Bepec, Danilo Silvestre Fernandes, foi motivada pelo interesse sobre o assunto e a carência de material do gênero.
“Não há quase nada disponível sobre a sexualidade dos evangélicos,” disse ele segundo ao Cristianismo hoje. “Sexo é tabu entre os crentes e as matérias sobre isso são as mais lidas e comentadas.”
A pesquisa revelou que entre as mulheres pesquisadas, 11,96% disseram que já traíram, enquanto 24,68% dos homens pesquisados disseram que já traíram.
Comparando com as denominações, dentre aqueles que já traíram a maioria pertence ao grupo dos Neopentecostais (26,51%), depois Batistas (22,47%), Pentecostais (21,43%) e por último os Reformados (19,41%).
Os dados revelados mostraram proximidade com os dados encontrados para a população de uma maneira geral, em pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2009.
Em 2009, o Ministério da Saúde apresentou em uma pesquisa que 21% dos homens com relações estáveis mantinham relações sexuais esporádicas ou contínuas com outros parceiros. Enquanto isso, 11% das mulheres, na mesma situação, mantiveram relação sexual paralela com outros parceiros.
Entre os casados, 30,6% dos homens pensam que a traição é motivo para o fim de um casamento. E para as mulheres casadas 24,2% acham o mesmo. Além disso, 35,8% dos homens casados responderam que a orientação pastoral pode ser edificante na vida sexual de um casal. Já para as mulheres a porcentagem foi de 34,8%.
O Bepec encontrou também dados surpreendentes sobre pornografia nas perguntas sobre atividades sexuais, em que 32% dos entrevistados responderam ver pornografia pela internet, 12,51% pornografia na televisão, DVD ou cinema, 2,97% pornografia em revistas.
Falando sobre a homossexulidade, a pesquisa mostrou que 9,9% dos homens já tiveram relação homossexual, na vida, entre casados e solteiros, e no caso das mulheres a porcentagem foi de 4,0%.
Com relação ao sexo antes do casamento, 57,07% afirmaram que fizeram sexo antes do casamento com o cônjuge. Dentre as denominações que responderam que sim para o sexo com o cônjuge antes do casamento 76,99% eram do grupo Neopentecostais; 56,04% Pentecostais, e 53,96% Tradicionais.
Tendo relação com o nível das respostas, a pesquisa encontrou o que os crentes pensam da Igreja Evangélica nesse assunto. Entre os casados, 32,1% acham que o comportamento da Igreja evangélica em relação ao SEXO é muito hipócrita. Entre os solteiros, separados e viúvos, a porcentagem foi de 26,3%.
Quanto às recomendações das Igrejas Evangélicas quanto ao comportamento de seus membros em relação ao sexo, a maioria de 27,2% atribui à orientação bíblica e 18,7% aos costumes da denominação.
Os dados da pesquisa de maneira geral, mostraram que não houve muita diferença na questão do sexo entre os crentes e os “do mundo” como costuma definir as Igrejas. Segundo o Christianismo Hoje, o pastor Geremias do Couto, da Assembleia de Deus afirmou que não se surpreende com os dados apontando para uma vida de fé dos crentes sem muito comprometimento.
“O percentual naqueles pontos que, de fato, consideramos anomalias, ou mesmo pecado, estaria, a meu ver, dentro de um corte que corresponde ao modo como a prática da fé cristã é vivida, hoje, sem muito comprometimento.”
Para o pastor Carlos Moreira, 45 anos, da Igreja Episcopal Carismática do Brasil, a pesquisa O crente e o sexo foi importante para desfazer mitos.
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