O confronto entre muçulmanos e a minoria cristã no Egito promete estender-se por muito tempo, e é provável que novas mortes sejam registradas. Numa entrevista a um jornal local, Mohammed Abou Samra, secretário-geral do Partido Islâmico Jihad, afirmou que “é lícito matar alguns cristãos de hoje”.
Sua declaração inflamada se deu a partir de sua interpretação da Dhimma, uma lei do islã que protege os não-muçulmanos nos Estados Islâmicos em troca de pagamento de impostos. Segundo Samra, os cristãos do país “vieram com as armas, e [derramar] seu sangue é permitido para nós, visto que um lutador não é considerado dhimmi” e portanto estariam desprotegidos da lei islâmica.
Para o Partido Islâmico Jihad, a única forma de evitar as mortes dos cristãos coptas seria a “conversão, o pagamento do tributo ou deixar o Egito”, segundo informações do Maghreb Chritians.
Todo o confronto foi intensificado recentemente após a aprovação de leis que prejudicam as minorias religiosas no Egito. Em protesto, muitos cristãos egípcios violaram símbolos islâmicos.
“Num funeral recente, os cristãos trouxeram o alcorão e urinaram sobre ele. O Sheikh de Al-Azhar não o nega. Eles também saíram em manifestações para destruir lugares muçulmanos, entoando ‘Nós vamos derrubar o islã por quaisquer meios possíveis’”, afirmou Samra, justificando eventuais represálias.
O político disse ainda que os cristãos coptas e sua liderança não estão seguros e livres da retaliação: “O Jihad ‘amordaçou’ o novo papa, porque já lhe dissemos em um comunicado que ‘o seu isolamento não vai nos aterrorizar. Se você quiser guerra civil, vamos recebê-la da mesma forma que vocês começaram ela’”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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