Vereador quer acabar com rituais que sacrificam animais

O vereador Marcell Moraes (na foto abaixo), de Salvador (BA), apresentou projeto de lei que, se aprovado, proíbe o sacrifício e mutilação de animais nos rituais celebrados em terreiros de candomblé.

Moraes tem se destacado na Câmara Municipal como defensor dos animais. É de sua autoria a lei que proíbe naquela cidade a venda de animais de estimação em pet shops

Ritual com sacrifício feito na maioria das vezes para poucas pessoas por um sacerdote chamado de Axogun ou, na falta dele, por um babalorixá. 

Dependendo da cerimônia, o animal sacrificado pode ser de duas "patas", como aves, ou de quatro, como bode e carneiro. O Axogun tem de executar o sacrifício de modo que o animal sofra o menos possível.

A proposta de Moraes, que está filiado ao PV, para acabar com o sacrifício teve grande repercussão em Salvador, onde há dezenas de terreiros. O vereador está sendo acusado por alguns de seus colegas e por líderes religiosos de ser intolerante.

O vereador Silvio Humberto (PSB), por exemplo, disse que Moraes está tentando criminalizar as religiões de matriz africana. “Essa é uma atitude que só mostra ignorância e desinteresse do vereador de conhecer a religião”, disse..

O secretário estadual Elias Sampaio (Promoção da Igualdade da Bahia) disse que a proposta de Moraes é “uma coisa absurda”. Primeiro porque, segundo ele, vai contra uma tradição popular e, segundo, a Constituição garante a liberdade religiosa. 

Sampaio disse que vai denunciar Moraes a entidades e a órgãos que combate o racismo, como o Tribunal de Justiça e o Ministério Público da Bahia. 

Marcell Moraes
Moraes disse não ter
nada contra religiões
O vereador Moraes se defendeu com a afirmação de que não é contra nenhuma religião e que a sua proposta visa acabar com o sofrimento dos animais. 

“Respeito todas as religiões e em nenhum momento quero censurar as metodologias espirituais de qualquer uma delas”, disse. “A minha proposta é voltada para a área de animal.”

Ele sugeriu aos líderes religiosos que ofereçam aos santos, em vez de bichos, folhas ou plantas.

“A própria religião prega que os orixás são bons e puros”, disse. E, por isso, “as entidades religiosas precisam compreender que é possível trocar as oferendas”.

PAULOPES VIA

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