Africanos descendem de amaldiçoado, afirma pastor

deputado-pastor Marco Feliciano
O pastor Marco Feliciano (foto), 40, criou polêmica ao escrever no Twitter que “os africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé”.

Feliciano é pastor do Ministério Tempo de Avivamento, de Orlândia (SP). Ele se elegeu deputado federal pelo PSC com mais de 200 mil votos. 

Para ele, a maldição é o que explica haver no continente africano “paganismo, ocultismo, misérias e doenças como ebola”. 

Na tentativa de escapar da acusação de racismo, disse ter “raízes negras, como todos brasileiros”, além de descender de índios e brancos europeus. 

Ele escreveu que “amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas”. 

No Twitter, houve forte reação. Alguns o acusaram de racista e outros xingaram. O pastor respondeu que “eles” [os gays] estão “incitando a guerra, o ódio, a ira”. Disse que ia deixar o microblog, mas desistiu.

Até evangélicos criticaram Feliciano, como @vinniewarlock: "Por favor, não se identifique como pastor, porque isso é uma vergonha para os crentes de verdade”.

Outro internauta perguntou: “Como você pode ser deputado federal? Alguém tem de acabar com o voto de cabresto das igrejas.” 

A deputada Manuela d’Avila (PCdoB-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, disse que pedirá à Corregedoria da Câmara que analise a afirmação de Feliciano de que “africanos descendem de um ancestral amaldiçoado”. "Esse argumento religioso que justifica o racismo foi usado pela Igreja Católica há dois séculos para justificar a escravidão.”


Feliciano escreveu em seu site que exerce sua vocação religiosa desde criança: aos oito anos foi coroinha e aos 11se tornou evangélico. Ele protocolou na Câmara dos Deputados uma proposta para que todas as escolas sejam obrigados a oferecer ensino religioso, permanecendo facultativo aos alunos.


Pérolas do pastor



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