Em entrevista concedida ao jornalista Humberto Maia Júnior, da revista Época, o Pastor Silas Malafaia afirmou que iria “funicar” o presidente da ABGLBT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais), Toni Reis, pois segundo o presidente da Associação Vitória em Cristo, seus advogados “não são de porta de xadrez”.
O termo “funicar”, gíria regional do Rio de Janeiro, foi trocado na reportagem pelo termo “fornicar”, o que gerou inúmeros protestos do Pastor Malafaia e enorme repercussão no Twitter. Milhares de usuários zombaram do Pastor insinuando que Malafaia sentia atração sexual por Toni Reis.
Silas Malafaia escreveu em seu perfil no microblog que “nesta guerra de manipulação de vídeo q o movimento gay fez, eu disse ao jornalista q eu ia “funicar”, e não “fornicar” como ele publicou”. No site Verdade Gospel, Malafaia afirma que a atitude do repórter em “deturpar” suas palavras, foi “molecagem”, e ressalta: “Ele (o jornalista) não é inocente porque utiliza a expressão deturpada como título da matéria, e a maldade fica mais explícita porque ele liga para o tal líder a fim de o mesmo debochar e me ridicularizar, como consta no último parágrafo da reportagem”.
Em um trecho da carta enviada pelo Pastor à redação da revista Época, Malafaia se justifica: “A maneira que tenho de me defender, porque sou cidadão brasileiro e tenho meus direitos, é entrar com uma ação na justiça e incriminá-lo acerca desta baixaria. Foi com esse sentido que usei a palavra “funicar”, uma gíria que significa “ferrar”, “arrebentar”. Já “fornicar” é uma palavra definida no dicionário como relação sexual extraconjugal, palavra esta repetidas vezes usada no Novo Testamento. Se eu como heterossexual não fornico com outra mulher porque é pecado, imagine, com um homossexual. Seria a maior piada de mau gosto do ano”.
A revista “Época” deu direito de resposta ao Pastor e publicou em seu site a carta enviada explicando o mal-entendido. Antes da publicação da carta de Malafaia, o jornalista Humberto Maia Junior havia publicado também no site da revista, o áudio com o trecho da polêmica declaração do Pastor Malafaia, que ao tomar conhecimento da divulgação do material, chamou o jornalista de “réu confesso” no Twitter.
Em outro trecho da carta, Malafaia revela admiração pela revista, pois em outra ocasião, a publicação teria reproduzido fielmente sua fala, sem deturpações. “Sempre tive o maior respeito e consideração pela lisura das reportagens da revista Época, tanto é que, em agosto deste ano, dei uma entrevista ao jornalista Elizeu Junior que rendeu três páginas na publicação, com o título: Governante vai ter de dizer em que acredita. O repórter colocou minhas respostas na íntegra e respeitou inclusive o meu estilo de falar” escreveu Silas, que conclui: “Espero que a revista Época continue a ser fiel ao que o entrevistado fala, mesmo quando são mencionadas palavras erradas ou gírias. Isto é um jornalismo isento e imparcial. E o Sr. Tony Reis que me aguarde. Vai ter que provar na justiça que sou homofóbico”.
Leia a íntegra da carta enviada pelo Pastor Silas Malafaia à revista Época:
Sempre tive o maior respeito e consideração pela lisura das reportagens da revista Época, tanto é que, em agosto deste ano, dei uma entrevista ao jornalista Elizeu Junior que rendeu três páginas na publicação, com o título: Governante vai ter de dizer em que acredita. O repórter colocou minhas respostas na íntegra e respeitou inclusive o meu estilo de falar, como por exemplo: “Nego só botava coisa ruim sobre os evangélicos”. Neste contexto, a palavra nego é uma gíria. Outro exemplo: “é o mais famoso dos gays, e não tem voto, não tem porcaria nenhuma”. A palavra porcaria, nesse trecho da reportagem, também pode ser considerada uma gíria. A matéria recebeu vários elogios, e foi uma das mais comentadas no site da revista Época.No último dia 10 de outubro, concedi novamente entrevista a essa publicação semanal. Desta vez, ao jornalista Humberto Maia. Entretanto, fiquei chocado e terrivelmente indignado com a deturpação de uma gíria que usei na minha fala. Mencionei que eu ia “funicar” Tony Reis pelo mau-caratismo ao manipular um vídeo, retirando 40 segundos de uma mensagem minha de 17 minutos e colocando minha fala fora do contexto. E esse mesmo vídeo foi usado por ele para me denunciar ao Ministério Público Federal, a fim de acusar-me de homofóbico e retirar o meu programa de TV do ar.A maneira que tenho de me defender, porque sou cidadão brasileiro e tenho meus direitos, é entrar com uma ação na justiça e incriminá-lo acerca desta baixaria. Foi com esse sentido que usei a palavra “FUNICAR”, uma gíria que significa “ferrar”, “arrebentar”. Já “FORNICAR” é uma palavra definida no dicionário como relação sexual extraconjugal, palavra esta repetidas vezes usada no Novo Testamento. Se eu como heterossexual não fornico com outra mulher porque é pecado, imagine, com um homossexual. Seria a maior piada de mau gosto do ano. O jornalista, ao tentar justificar-se, coloca a gravação da minha entrevista como nota de redação na reportagem publicada, onde todos podem constatar que não utilizo a palavra fornicar, mas sim, funicar.Ao conversar com o jornalista que fez a matéria, lembrei a ele que, quando não se conhece uma palavra, a imprensa tem a obrigação de colocar entre aspas, mesmo que a palavra seja errada ou não exista, e que, em hipótese alguma, pode colocar algo que o entrevistado não falou. O repórter apresentou suas desculpas e me pediu para que eu escrevesse a minha defesa. Muitos não concordam com o meu jeito de falar porque uso gírias, o que é um direito deles discordarem de mim, assim como também tenho o direito de usar as gírias, porque é a maneira pela qual eu me expresso para as pessoas me entenderem. Utilizo este critério até quando eu estou ministrando as minhas pregações.Espero que a revista Época continue a ser fiel ao que o entrevistado fala, mesmo quando são mencionadas palavras erradas ou gírias. Isto é um jornalismo isento e imparcial. E o Sr. Tony Reis que me aguarde. Vai ter que provar na justiça que sou homofóbico.
Fonte: Gospel+
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