Daniel Sottomaior (foto), 41, presidente da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos), disse que existem muitos ateus brasileiros “no armário” porque no país continua havendo forte preconceito contra quem não acredita em Deus.
Por isso, “é preciso ter muita valentia aqui para dizer que é ateu”, disse Sottomaior, de acordo com a AFP.
O presidente da Atea afirmou que ele próprio já recebeu ameaças de morte de anônimos, o que é comum com ateus que têm certa visibilidade.
Contou que os ateus são com frequência vítimas da intolerância religiosa, como demissão do emprego e expulsão da família.
“O ateu é associado a um criminoso", disse. "Todas as vezes que se fala de um criminoso, de alguém desumano, de uma mulher que está espancando um cachorrinho até a morte, a expressão que se usa é: 'Não tem Deus no coração'. Aqui, ser ateu é a causa de todos os crimes."
A antropóloga Renata Menezes, que é estudiosa da devoção do povo brasileiro na Universidade do Rio de Janeiro, concorda com Sottomaior.
"Os ateus sofrem muito”, disse ela. “Eles são vistos como gente sem moral, como um animal raro, são estrangeiros dentro do Brasil."
O padre Elias Wolff, assessor da comissão de diálogo interreligioso da Confederação de Bispos do Brasil, disse que a Igreja Católica respeita o direito de as pessoas não professarem fé alguma, mas reconheceu que “infelizmente” existe preconceito contra os ateus.
O censo de 2010 apurou que o Brasil tem 740.000 ateus e agnósticos, o que representa apenas 0,39% da população.
Para Sottomaior, a metodologia do IBGE, nesse caso, está equivocada, porque o número de descrentes deve estar em torno de 2%, considerando que na categoria dos “sem religião” estão agrupados tantos crentes como ateus e agnósticos.
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