Quem é o Dep. Federal Eduardo Cunha PMDB-RJ

Apesar de não apresentar projetos de lei relevantes, nem se destaca pela defesa de temas de interesse nacional, o Deputado Federal Eduardo Cunha, graças a sua engenhosidade, tornou-se o deputado mais influente da bancada do PMDB na Câmara Federal.
Segundo a Revista Veja, nenhuma negociação de cargos é fechada entre seu partido e o Planalto sem seu aval, pois o político é um especialista em identificar postos estratégicos, ou seja, os que fazem grandes contratos e destravam verbas do governo.
Eduardo Cunha jamais contou com uma base eleitoral de peso e nunca foi um campeão de votos, porém, o fato de fazer favores e graças à obstinação em ler minuciosamente balanços, medidas provisórias, projetos de lei, o tornou bem informado entre os companheiros de bancada.
Ele é membro permanente do grupo que define os rumos no PMDB, o que justifica, o uso dos  quatro celulares, sendo um deles criptografado.
Em Março, Cunha foi convocado para uma reunião privada com o presidente em exercício, Michel Temer, de onde saiu satisfeito, com uma diretoria da Petrobras no bolso.
O parlamentar começou a trabalhar aos 14 anos como corretor de seguros. Nos anos 80,  formou-se economista, mas sempre sonhou com a política.
Estreou no ramo em 1989, como assessor de Daniel Tourinho, presidente do então PRN,  partido que havia acabado de lançar Fernando Collor candidato a presidente.
Faltando pouco mais de um mês para o pleito, o empresário Silvio Santos decidiu lançar sua candidatura pelo PMB. Collor ficou assustado diante da possibilidade de perder eleitores, mas Cunha resolveu o problema.
“Foi ele quem descobriu uma falha no registro do PMB, que impediu a candidatura do Silvio. Foi um alívio para nós”, conta Tourinho.
Depois de eleito, Collor convidou Cunha para integrar a equipe econômica, chefiada por Zélia Cardoso de Mello.
O futuro deputado declinou: na verdade, gostaria de ser presidente da Telerj, a então companhia telefônica do Rio de Janeiro. Cunha distribuiu linhas telefônicas, naquele tempo um bem escasso. entre deputados e prefeitos do estado. Em poucos meses, era querido por toda a classe política fluminense.
Um dos que ele ajudou foi Francisco Silva, que além de político é dono da Melodia FM, a rádio evangélica mais popular do Rio.
Cunha descolou uma linha telefônica para o amigo e, anos depois, o ajudou a renegociar uma dívida de 16 milhões de reais com o INSS.
A conta saiu por 20% do valor original. “Fiquei tão grato que falei para ele: “Você quer ser deputado? Vou te eleger”", diz Silva.
Os dois, então, traçaram uma estratégia: Cunha assumiria o figurino de candidato evangélico, com a ajuda de Silva.
Passou a frequentar cultos de diversas igrejas e ganhou um espaço diário para falar na Melodia. Seus boletins terminam com o bordão: “O povo merece respeito”. Com a bênção do eleitorado religioso, ele vem sendo eleito continuamente desde 2002.
Na política, a vida de Eduardo Cunha melhorou. Em 1998, ele tinha uma dívida de 188 000 reais, que superava todo o seu patrimônio.
Hoje, vive em uma casa de 1017 metros quadrados em um condomínio na Barra da Tijuca, avaliada em 5 milhões de reais, e é dono de duas salas comerciais no centro do Rio.
É conhecido entre seus pares por apreciar vinhos caros – a Sara Nossa Terra, igreja da qual ele é fiel, permite o consumo. “Sair para jantar com o Cunha é um perigo. Como ele entende muito de vinho, a conta sempre vem nas alturas”, revela um de seus melhores amigos da bancada do PMDB.

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